sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Crítica: Valente



Valente é um filme—animação da Pixar lançado em 2012. Embora não goste muito de animações, fui automaticamente fisgado por Valente assim que vi o trailer. Pra quem não sabe sou fã da cultura celta, e ao ver o trailer pensei que esta nova geração seria devidamente introduzida a essa cultura. Mas minha expectativa não foi atendida.

Valente conta a história de Merida, uma princesa de um reino celta fictício. Vale a pena abrir um parênteses aqui; durante o filme não é mencionado o nome de nenhum povo ou nação específicos. Não há como saber se eles são escoceses de fato, mas para o público leigo essa é a impressão que fica por causa da vestimenta e da música. No entanto, em dado momento do filme, a rainha Elinor conta a história de um príncipe ambicioso, que queria unificar os quatro reinos. Ora, a Escócia é dividida em três reinos, quem é dividida em quatro é a Irlanda! Por isso prefiro acreditar que o reino de Valente é um amálgama da cultura celta.


Voltando à história, Merida é uma princesa diferente, ela gosta de cavalgar e treinar com seu arco e flecha enquanto sua mãe a repreende e tenta a transformar numa dama. O maior símbolo disso, em minha opinião, é seu cabelo; um emaranhado de cachos ruivos desordendos, mas ainda assim belos. Então os três clãs são convocados para disputar a mão da princesa, e Merida faz de si própria o  vencedor.

Para mim, isso representou a transição dos celtas do paganismo ao cristianismo. Enquanto a rainha Elinor é recatada e opressora, tentando impor um modo de vida estranho para a filha, Merida é livre, expansiva e aventureira, representando um povo em que a mulher era tão ou mais importante que o homem. Nesse sentido a escolha do cenário foi perfeita.

Aliás, a introdução ao cenário é sensacional. Valente mostra as florestas, círculos de pedras, cachoeiras, colinas verdejantes, músicas, trajes, costumes e cores da Escócia/Irlanda ou seja lá de onde for, de forma leve e empolgante. Pena que fica só nisso, pois depois de uma hora de filme, a história cai na mesmice. A rainha Elinor é transformada em urso e Merida tem que descobrir como quebrar o encantamento; mais uma aventura Disney como tantas outras que vimos. Um filme que apresenta um novo povo, uma nova heroína, que tinha tudo para ser um épico intimista para crianças, cai no erro de tentar ser igual a tantos outros para agradar as massas. Gente, crianças gostam de histórias diferentes, de povos exóticos, de cores vivas; não precisa repetir a mesma história com outra roupagem. Talvez isso seja uma conseqüência do politicamente correto. E se Valente terminasse com uma batalha estilo Coração Valente em que os clãs brigassem pela mão da princesa? Ousado? Violento? Eu vi Conan quando era criança e sou um sujeito pacífico e saudável mentalmente... Bom, talvez meu psiquiatra discorde, mas o importante é que eu consigo levar a vida!

Valente não é um filme ruim, é apenas mediano. E mesmo que seja “para crianças”, acredito que é perfeitamente possível fazer filmes infantis memoráveis. Se você, assim como eu, esperava uma história diferente sobre um povo pouco conhecido, infelizmente vai se decepcionar. Mas se só quer levar o seu filho / irmão mais novo ao cinema e dar a ele uma bela experiência visual, Valente é uma boa pedida.


Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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1 COMENTÁRIOS

  1. Oie, eu sou uma grande fa da cultura celta e gostaria de saber um pouco mais. Poderia me ajudar?

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