terça-feira, 28 de agosto de 2012

Project Drunk #1


Tudo começou com um insight. Estava eu em casa, pensando no rolê que faria com meus amigos à noite, e me lembrei de uma história que ainda não havia contado. Era a história de um jovem que entra para uma organização criminosa secreta, que mistura esoterismo com atividades ilícitas.
Por falta de ideias, ou melhor, por não entrar no nível de consciência adequado, acabei deixando essa história de lado. Então pensei "ei, eu sei de algo que me deixa no nível de consciência adequado: o álcool!!!"


Mas vamos por partes. Primeiro tenho que explicar o que seria o tal "nível de consciência adequado". Todos que trabalham com algum tipo de arte podem atestar o que digo: para produzir uma obra é necessário que sua mente esteja em outro nível de realidade. É necessário esquecer os problemas do dia-a-dia e se concentrar numa determinada ideia ou sentimento, e é necessário fazer isso muitas vezes dependendo do tipo de obra que você quer produzir. No meu caso, o nível de consciência em questão seria o mais baixo possível. Eu precisava estar triste, com raiva, pensativo, contemplativo, sentindo que não há futuro, que estamos sozinhos no universo, jogados na periferia de uma galáxia qualquer enquanto seres milenares brincam com nossas vidas - esse era o tom da obra, e era esse nível de consciência que eu precisava atingir. Não precisa se assustar, eu não sou depressivo. Mas todos nós temos nossos momentos de tristeza, de falta de fé, e eu aproveitei um desses momentos para ter uma ideia.

 Por mais ou menos dois meses eu produzi rascunhos de um livro intitulado Gomorra que possuia essas características. Desenvolvi o perfil psicológico dos personagens, as etapas de desenvolvimento da história, a organização secreta a qual o protagonista faria parte, sua mitologia, história, organização, objetivos, áreas de atuação no mundo do crime etc. Mas faltava o mais importante: a inspiração. Quando me sentava para escrever o romance, as cenas e dialogos me pareciam insossos, indiferentes, incompatíveis com os temas que eu queria abordar. Faltava sentir tudo aquilo, partilhar daquele sentimento com os personagens.

Esse ano resolvi sair mais, conhecer pessoas, pois nos próximos anos pretendo seguir uma vida extremamente  regrada. Por vezes fui beber com os amigos na praia e de repente me via extremamente articulado, discutindo assuntos complexos com pessoas inteligentes. Ali, bêbado e com a mente em ebulição, comecei a olhar para a linha indistinguível que separa o céu do mar, ambos negros e indecifráveis à noite, e para as pessoas em volta e me perguntar: o que estou fazendo aqui? Existe um lugar para mim? O que devo fazer da minha vida?

O existencialismo e o niilismo tomavam conta de mim, e graças aos meus amigos e ao álcool eu me via trocando ideias e segredos há muito esquecidos. No último sábado eu me dei conta de que esse era o estado de consciência perfeito para voltar a desenvolver minha história. Infelizmente não pude começar o Project Drunk esse fim de semana; ao me sentar para escrever, me senti tão zonzo que desisti da ideia - mas tive a presença de espírito de imaginar o que escrever no dia seguinte.

Para que a ideia não morra, estou deixando-a registrada no blog. Não perca: semana que vem, mais um capítulo desta alucinada aventura.

Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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