sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Labirinto do Fauno

O Labirinto do Fauno é um filme hispano-mexicano de 2006, dirigido e escrito por Guillermo Del Toro. Nele, acompanhamos a história da jovem Ofélia, que vai morar no campo com sua mãe e seu padrasto, um capitão do Exército que luta contra os rebeldes durante a Guerra Civil Espanhola. Em seu novo lar Ofélia conhece um fauno, um ser mágico da floresta que a apresenta a um mundo fantástico e lhe delega três missões.

Gosto muito desse filme, em especial por juntar meus dois assuntos favoritos; história e fantasia. Por um lado, vemos o conflito do regime militar de Franco com os rebeldes no interior do país - que Ofélia enxerga como o violento mundo dos adultos - , e do outro vemos a descoberta de um mundo mágico, cheio de perigos e maravilhas. No entanto, esse mundo mágico tambem está longe de ser amistoso. Del Toro trouxe ao cinema um gênero de fantasia desconhecido do grande público - o Dark Fantasy.


Dark Fantasy, pra quem não conhece, é um gênero literário que mistura a fantasia tradicional, povoada por elfos, dragões e magos, com elementos do terror. Geralmente, os mundos de Dark Fantasy tem um visual soturno, escuro, com cenários desérticos e criaturas da noite ameaçando os heróis. Exemplos de Dark Fantasy incluem a série de livros A Torre Negra de Stephen King, o RPG Ravenloft e - por que não dizer - os filmes de Tim Burton.Desse modo, O Labirinto do Fauno vira um conto de fadas para adultos, onde vemos, na verdade, uma criança tentando escapar do sofrimento do dia-a-dia com a sua imaginação. 

O filme tem uma carga simbólica muito forte. A começar pelo Labirinto; o símbolo do caminho tortuoso, das escolhas difíceis. Ao adentrar o labirinto, Ofélia encontra em seu núcleo o objetivo dessa busca inconsciente, um fauno. Os faunos, na mitologia romana, são seres metade humanos e metade bodes, descendentes do rei de mesmo nome. Viviam em comunhão com a natureza e teriam ensinado a agricultura e a caça aos mortais. Assim, o fauno representa a comunhão com a natureza, a fim de manter o equilíbrio físico e espiritual. É o fauno que dá a Ofélia a mandrágora, uma raiz mágica capaz de devolver a saúde à sua mãe. Outra simbologia interessante é a relação da garota com o seu padrasto. Enquanto o fauno lhe diz que seu verdadeiro pai é o Rei das fadas, para Ofélia um símbolo de esperança e libertação, o padrasto é um militar lutando pela ditadura, ou seja, o símbolo máximo do aprisionamento, do cativeiro mental.

O final do filme é sujeito a interpretações, tal como A Origem ou Total Recall, mas a meu ver, pelos elementos apresentados durante a história, tudo era uma fantasia criada por Ofélia para escapar da realidade opressora na qual se encontrava. Felizmente, de um jeito ou de outro, ela encontrou sua catarse. 
Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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1 COMENTÁRIOS

  1. Cara, um dos meus top 10 com certeza, esse filme é muito bacana…. análise muito boa!

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