O Labirinto do Fauno é um filme hispano-mexicano de 2006, dirigido e escrito por Guillermo Del Toro. Nele, acompanhamos a história da jovem Ofélia, que vai morar no campo com sua mãe e seu padrasto, um capitão do Exército que luta contra os rebeldes durante a Guerra Civil Espanhola. Em seu novo lar Ofélia conhece um fauno, um ser mágico da floresta que a apresenta a um mundo fantástico e lhe delega três missões.
Gosto muito desse filme, em especial por juntar meus dois assuntos favoritos; história e fantasia. Por um lado, vemos o conflito do regime militar de Franco com os rebeldes no interior do país - que Ofélia enxerga como o violento mundo dos adultos - , e do outro vemos a descoberta de um mundo mágico, cheio de perigos e maravilhas. No entanto, esse mundo mágico tambem está longe de ser amistoso. Del Toro trouxe ao cinema um gênero de fantasia desconhecido do grande público - o Dark Fantasy.
Dark Fantasy, pra quem não conhece, é um gênero literário que mistura a fantasia tradicional, povoada por elfos, dragões e magos, com elementos do terror. Geralmente, os mundos de Dark Fantasy tem um visual soturno, escuro, com cenários desérticos e criaturas da noite ameaçando os heróis. Exemplos de Dark Fantasy incluem a série de livros A Torre Negra de Stephen King, o RPG Ravenloft e - por que não dizer - os filmes de Tim Burton.Desse modo, O Labirinto do Fauno vira um conto de fadas para adultos, onde vemos, na verdade, uma criança tentando escapar do sofrimento do dia-a-dia com a sua imaginação.
O filme tem uma carga simbólica muito forte. A começar pelo Labirinto; o símbolo do caminho tortuoso, das escolhas difíceis. Ao adentrar o labirinto, Ofélia encontra em seu núcleo o objetivo dessa busca inconsciente, um fauno. Os faunos, na mitologia romana, são seres metade humanos e metade bodes, descendentes do rei de mesmo nome. Viviam em comunhão com a natureza e teriam ensinado a agricultura e a caça aos mortais. Assim, o fauno representa a comunhão com a natureza, a fim de manter o equilíbrio físico e espiritual. É o fauno que dá a Ofélia a mandrágora, uma raiz mágica capaz de devolver a saúde à sua mãe. Outra simbologia interessante é a relação da garota com o seu padrasto. Enquanto o fauno lhe diz que seu verdadeiro pai é o Rei das fadas, para Ofélia um símbolo de esperança e libertação, o padrasto é um militar lutando pela ditadura, ou seja, o símbolo máximo do aprisionamento, do cativeiro mental.
O final do filme é sujeito a interpretações, tal como A Origem ou Total Recall, mas a meu ver, pelos elementos apresentados durante a história, tudo era uma fantasia criada por Ofélia para escapar da realidade opressora na qual se encontrava. Felizmente, de um jeito ou de outro, ela encontrou sua catarse.











:)
:-)
:))
=))
:(
:-(
:((
:d
:-d
@-)
:p
:o
:>)
(o)
[-(
:-?
(p)
:-s
(m)
8-)
:-t
:-b
b-(
:-#
=p~
:-$
(b)
(f)
x-)
(k)
(h)
(c)
cheer



Cara, um dos meus top 10 com certeza, esse filme é muito bacana…. análise muito boa!
ResponderExcluir