Precisamos falar sobre o Kevin
É possível compreender os motivos de um sociopata? Existem explicações para o comportamento violento, frio, desprovido de emoções?
A cada massacre em escolas ou outros lugares públicos - infelizmente, cada vez mais frequentes - há o mesmo velho circo armado. Debates de "especialistas", entrevistas invasivas e a sufocante exploração deprimente da imprensa. Todos querendo cavar explicações e sensacionalismos sobre o que leva o criminoso a agir. Quais seus motivos. Quais as explicações para seu comportamento violento. Frio. Desprovido de emoções.
E como ficam os pais após seu filho encerrar a vida dos filhos dos outros?
Precisamos falar sobre o Kevin, filme lançado no Brasil em 2012, é uma paulada. Não é um filme divertido, que vai relaxar o espectador. É opressivo, triste, pesado. Incomoda e eu não estou falando apenas dos constantes incômodos sonoros que dão a sensação de desconforto ao longo de toda película.
Eva (Tilda Swinton) é a mãe de Kevin (Ezra Miller, do ótimo "As vantagens de ser invisível"). O garoto, percebe-se de saída, foi o responsável por um desses desastres que se vê por aí. Sozinha, arcando com as consequências dos atos do filho, Eva precisa tentar levar sua vida.
Ninguém pensa em como ficam os pais dos responsáveis pelos crimes. Até agora. O filme, baseado em livro homônimo, mostra o dia a dia de Eva e toda a revolta, toda a repulsa que a mulher deve suportar em nome do ocorrido. Kevin, o jovem sociopata, destruiu mais vidas do que poderia almejar e a maior afetada é sua própria mãe.
Tilda Swinton sofre como ninguém neste filme que vai deixar você mal e pensativo. Mas, de vez em quando, é bom tirar um tempo para pensar em certas questões, mesmo sabendo que se está longe das respostas.
Precisamos falar sobre o Kevin não é o filme para se assistir comendo pipoca com o namoradinho ou a namoradinha. É uma pancada no peito, mas um ótimo filme, uma ótima história e cada vez mais atual. Merece e muito a conferida!
Soco no estomago!
ResponderExcluirTinha vontade de ler o livro, mas a história sempre me pareceu muito forte... Interessante pensar em como ficam os pais numa situação dessas!
ResponderExcluirCara... a história É forte, não dá pra esconder. Mas dá pra pensar em tanta coisa... é um exercício bacana sair da nossa zona de conforto, abandonar um pouco a fantasia, tão presente nos temas de tudo o que a gente vê hoje em dia e refletir uma realidade pesada dessas. Vale a pena!
ExcluirDarei um jeito de ver o filme então! Vai ser bom também praticar esse exercício de olhar algo mais real... E depois o Ezra me pareceu um ótimo ator em As vantagens de ser invisível e a Tilda geralmente me lembra papéis em que ela é meio má, vai ser bom vê-la em algo mais humano.
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