Não é desmerecer o filme dizer que “O Lado Bom da Vida” é uma comédia romântica clichê. O forte do filme não é sua história, mas
todos os seus atores e seus personagens. David O. Russel nos prova que um filme
bom pode ser clichê.
Bradley Cooper interpreta Pat Solitano, um cara que perdeu
tudo: casa, trabalho e sua esposa. Ele agora vive com sua mãe (Jacki Weaver) e
seu pai (Robert De Niro), depois de passar oito meses numa clínica
psiquiátrica. Ele está determinado a mudar, reconstruir sua vida e voltar com
sua esposa, apesar das dificuldades da sua separação. Porém, tudo muda quando
Pat conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota problemática que acabou de
perder o marido num acidente. Tiffany se oferece pra ajudar Pat se ele fizer
algo pra ela em troca.
O filme todo é um show de atuações. É muito divertido ver
tantos bons atores interagindo. Bradley Cooper está excelente no papel de um
sujeito instável, “infantil” e sincero até demais. Sua expressão facial na hora
em que ele surta com o final de Adeus às Armas, de Hernest Hemingway, revela o
quanto ele está entregue ao papel.
Jennifer Lawrence é quem realmente se destaca. Uma das
melhores atrizes atuais, embora seja um pouco nova para o papel que desempenha,
está muito à vontade com seu papel. Ela rouba a cena todo momento em que
aparece, tanto por sua beleza quanto por sua personalidade autodestrutiva. Lawrence
não perde seu brilho nem quando atua frente a frente com Robert De Niro, numa
das melhores cenas do filme.
Foi bom rever um dos meus atores favoritos e que há algum
tempo vem escolhido os filmes errados pra atuar, Robert De Niro. Sua atuação
como o pai de Pat que sofre de T.O.C. é a melhor atuação de De Niro dos últimos
anos, rendendo até uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Ator
Coadjuvante. Também é bom rever um hilário ator que há muito estava desaparecido,
Chris Tucker. Suas participações, embora sejam curtas, também são divertidas.
Nem só de boas atuações é feito “O Lado Bom da Vida”. “Excelsior”,
a palavra-chave de positividade que Pat se foca no filme, como ele mesmo diz,
devemos usar toda a negatividade como combustível e transformar em algo bom. É
disso que o filme se trata. Uma história que poderia ser trágica, mas é
divertida e que nos leva pra um final que pode ser considerado clichê, mas que
seja. Como o próprio Pat diz, “precisamos de finais felizes”.
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