Vlad III, tambem conhecido como Vlad Tepes (Vlad, o Empalador) ou Vlad Draculea (o filho do dragão), foi um governante do Principado da Valáquia, hoje uma região da Romênia. Mas o aristocrata do Leste Europeu se tornou mundialmente famoso através de seu alter-ego, um conde amaldiçoado com a imortalidade e a sede de sangue, criado pelo escritor irlandês Bram Stoker: Conde Drácula.
A História
Vlad III nasceu em 1431 na Transilvânia, filho do príncipe Vlad II. O pai de Tepes estava exilado na Transilvânia por ser de um clã rival ao príncipe valaquiano da época. Esse contexto histórico é a chave para se entender a crueldade atribuida a Vlad Tepes. Na época o Leste Europeu era dividido em duas grandes potências, o Reino da Hungria (cristãos) e o Império Otomano (turcos muçulmanos), e as dezenas de estados menores da região tinham de manter um equilíbrio delicado entre as duas forças. Junta-se isso ao fato de que o trono da Valáquia não era hereditário (os nobres e suseranos tinham o direito de escolher o novo príncipe) e temos um cenário político bem conturbado.
O avô de Tepes, Mircea I, foi derrotado pelos turcos e forçado a lhes pagar tributos, e desde então eram eles que escolhiam o príncipe da Valáquia. Exilado na Transilvânia, Vlad II foi iniciado na Ordem do Dragão, uma espécie de cavaleiros templários do Leste Europeu, e jurou defender a cristandade europeia dos infiéis turcos - daí vem seu apelido, Vlad Dracul (dragão em romeno). Em 1436 Dracul se tornou príncipe da Valáquia, e Tepes - então com cinco anos de idade - iniciou seu treinamento militar e real. Ao longo dos anos Dracul enfrentou muitas dificuldades diplomáticas, foi expulso do trono e mudou de lado. Em 1444 mandou seus dois filhos mais novos (incluindo Tepes) como refens aos turcos e em 1447 foi assassinado pelos húngaros.
Em 1456 Vlad III, aliado aos húngaros, invadiu a Valáquia e coroou-se príncipe. Governou de 1456 a 1462, quando foi derrotado em batalha pelos turcos e forçado a fugir para a Transilvânia, tal qual seu pai havia feito. Em 1476 venceu os turcos com um exército misto de húngaros, transilvanianos, valaquianos e moldávios, mas por pouco tempo; os exércitos estrangeiros voltaram para casa e Vlad morreu em batalha contra os turcos no fim do mesmo ano, em Bucareste.
O Mito
A história de guerreiro e defensor do Leste do príncipe valaquiano é bela e inspiradora, mas os fatos que inspiraram Bram Stoker são um pouco mais obscuros. Sem dúvida o mais famoso é a prática do empalamento, técnica de tortura que consiste em inserir uma estaca no ânus ou umbigo do torturado até sua boca, e provocar a morte por hemorragia. Conta-se que Vlad apreciava sessões de empalamento durante as refeições. Daí veio a alcunha de Vlad Tepes (o Empalador em romeno).
Há muitos outros relatos aterrorizantes envolvendo o príncipe. Em 1456, quando Vlad apareceu no campo de batalha pela primeira vez, conta-se que os valaquianos o confundiram com seu pai, Vlad Dracul, e que este havia voltado dos mortos para reaver seu trono. Durante seu curto reinado foi um homem cruel e temido; convidou os pobres do reino para um banquete e depois ateou fogo no castelo "para que não sofressem mais", costurou os turbantes de diplomatas turcos às suas cabeças quando estes se recusaram a tirar-lhes em reverência a ele, empalava ladrões e assassinos e diminuiu consideravelmente o número de crimes na Valáquia. Outro fato histórico usado no romance de Stoker é o suicídio de sua esposa nas águas do rio Arges em 1462, quando os turcos invadiram seu castelo - mas não, ele não renegou Deus, apenas passou de cristão ortodoxo para católico durante seu exílio.
Apesar da crueldade atribuida e ele, Vlad III é considerado um herói nacional na Romênia, resistindo bravamente contra os invasores otomanos. Sua história nada tem a ver com o vampirismo - até porque o vampiro do folclore romeno está associado a bruxas e camponeses, e muito pouco à aristocracia. Contudo seu túmulo foi encontrado vazio por arqueólogos, em 1931.
Vlad III nasceu em 1431 na Transilvânia, filho do príncipe Vlad II. O pai de Tepes estava exilado na Transilvânia por ser de um clã rival ao príncipe valaquiano da época. Esse contexto histórico é a chave para se entender a crueldade atribuida a Vlad Tepes. Na época o Leste Europeu era dividido em duas grandes potências, o Reino da Hungria (cristãos) e o Império Otomano (turcos muçulmanos), e as dezenas de estados menores da região tinham de manter um equilíbrio delicado entre as duas forças. Junta-se isso ao fato de que o trono da Valáquia não era hereditário (os nobres e suseranos tinham o direito de escolher o novo príncipe) e temos um cenário político bem conturbado.
O avô de Tepes, Mircea I, foi derrotado pelos turcos e forçado a lhes pagar tributos, e desde então eram eles que escolhiam o príncipe da Valáquia. Exilado na Transilvânia, Vlad II foi iniciado na Ordem do Dragão, uma espécie de cavaleiros templários do Leste Europeu, e jurou defender a cristandade europeia dos infiéis turcos - daí vem seu apelido, Vlad Dracul (dragão em romeno). Em 1436 Dracul se tornou príncipe da Valáquia, e Tepes - então com cinco anos de idade - iniciou seu treinamento militar e real. Ao longo dos anos Dracul enfrentou muitas dificuldades diplomáticas, foi expulso do trono e mudou de lado. Em 1444 mandou seus dois filhos mais novos (incluindo Tepes) como refens aos turcos e em 1447 foi assassinado pelos húngaros.
Em 1456 Vlad III, aliado aos húngaros, invadiu a Valáquia e coroou-se príncipe. Governou de 1456 a 1462, quando foi derrotado em batalha pelos turcos e forçado a fugir para a Transilvânia, tal qual seu pai havia feito. Em 1476 venceu os turcos com um exército misto de húngaros, transilvanianos, valaquianos e moldávios, mas por pouco tempo; os exércitos estrangeiros voltaram para casa e Vlad morreu em batalha contra os turcos no fim do mesmo ano, em Bucareste.
O Mito
A história de guerreiro e defensor do Leste do príncipe valaquiano é bela e inspiradora, mas os fatos que inspiraram Bram Stoker são um pouco mais obscuros. Sem dúvida o mais famoso é a prática do empalamento, técnica de tortura que consiste em inserir uma estaca no ânus ou umbigo do torturado até sua boca, e provocar a morte por hemorragia. Conta-se que Vlad apreciava sessões de empalamento durante as refeições. Daí veio a alcunha de Vlad Tepes (o Empalador em romeno).
Há muitos outros relatos aterrorizantes envolvendo o príncipe. Em 1456, quando Vlad apareceu no campo de batalha pela primeira vez, conta-se que os valaquianos o confundiram com seu pai, Vlad Dracul, e que este havia voltado dos mortos para reaver seu trono. Durante seu curto reinado foi um homem cruel e temido; convidou os pobres do reino para um banquete e depois ateou fogo no castelo "para que não sofressem mais", costurou os turbantes de diplomatas turcos às suas cabeças quando estes se recusaram a tirar-lhes em reverência a ele, empalava ladrões e assassinos e diminuiu consideravelmente o número de crimes na Valáquia. Outro fato histórico usado no romance de Stoker é o suicídio de sua esposa nas águas do rio Arges em 1462, quando os turcos invadiram seu castelo - mas não, ele não renegou Deus, apenas passou de cristão ortodoxo para católico durante seu exílio.
Apesar da crueldade atribuida e ele, Vlad III é considerado um herói nacional na Romênia, resistindo bravamente contra os invasores otomanos. Sua história nada tem a ver com o vampirismo - até porque o vampiro do folclore romeno está associado a bruxas e camponeses, e muito pouco à aristocracia. Contudo seu túmulo foi encontrado vazio por arqueólogos, em 1931.
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