Na última sexta-feira, dia 14, o jovem Adam Lanza entrou numa escola em Newtown, Connecticut - EUA, matou vinte crianças com idade entre 6 e 7 anos e em seguida cometeu suicídio. O episódio choca, é claro, mas não é algo inédito, nem ao menos raro na história do país. Os Estados Unidos são conhecidos por sua cultura beligerante e sua venda quase irrestrita de armas de fogo, alem de ser o país com o maior número de atentados a escolas e universidades, a maior população de serial killers e a maior população carcerária do mundo.
Mas de onde vem tanta violência? Será que a maldade é intrínseca ao povo norte-americano? Será algo genético, que destina uma nação inteira a sofrer com tragédias que começam e terminam em jovens? Felizmente não, é algo muito mais simples e fácil de ser modificado: a cultura.
Em 2002 o cinegrafista Michael Moore produziu um documentário intitulado Tiros em Columbine. Nele Michael tenta analisar as causas e consequências do famoso Massacre de Columbine, em que dois jovens invadiram a escola de mesmo nome em Jefferson, Colorado e mataram 13 alunos. Segundo o documentário a cultura norte-americana é baseada no medo. Desde cedo a escola te ensina a ter medo do futuro, pois se você não tirar boas notas não irá para uma faculdade - lembrando que nos Estados Unidos o histórico escolar realmente conta para isso. A segregação entre os grupos de alunos é muito mais agressiva que aqui, e é frequente algum colega de sala dizer que o assassino era hostilizado pelos alunos "populares".
Como desculpa ou tentativa de consolar a sociedade, muitos especialistas dizem que os jovens sofriam de depressão ou psicopatia e não haviam sido diagnosticados, mas eu tenho uma coisa pra te contar: qualquer predisposição genética a doenças ou comportamentos depende de um estímulo externo. Se a pessoa nasce e vive num ambiente tranquilo, que lhe dê suporta emocional, ela dificilmente desenvolverá alguma doença mental. E mesmo que desenvolva, se viver num país onde não se encontra uma loja de armas em cada esquina, será bem mais difícil executar um massacre.
Em entrevista a Michael Moore o co-criador da série South Park, Matt Stone, criticou o que chamou de "a cultura do loser" e como isso persegue o adolescente estadunidense. "O colegial não é a sua vida, e eu só queria que alguem tivesse contado isso a eles".
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