domingo, 4 de novembro de 2012

A revista Veja e a - merecida - polêmica sobre a maconha


Uma das primeiras coisas ensinadas no curso de jornalismo é que todas as histórias – leia-se reportagens – têm no mínimo dois lados, mas parece que os jornalistas da revista Veja faltaram nessa aula. No último dia 31, a revista, uma das de maior circulação do país, chegou às bancas com uma polêmica capa sobre as “novas descobertas da ciência” de que a maconha faz mal para a saúde, ao contrário do que muitas pessoas dizem.

Não entrarei no mérito sobre a cannabis ser nociva à saúde ou não. Porém, falta um pouco de tato e imparcialidade do veículo para tratar de um assunto tão polêmico. Na matéria especial “Maconha faz mal, sim”, assinada pela jornalista Adriana Dias Lopes, a Veja só utilizou-se de fontes favoráveis à proibição da maconha, em nenhum momento tentando mostrar os dois lados ao leitor.




Segundo o filósofo brasileiro Paulo Ghiraldelli Jr, “O jornalismo acredita que há dois lados em uma notícia. Alguns jornalistas acreditam que pode haver mais que dois lados, mas raramente eles vão além de dois lados. Pois a noção de objetividade do jornalismo está atrelada a essa ideia dos dois lados”, em seu artigo “Estupro e objetividade jornalística” veiculado no portal Observatório da Imprensa, em outubro de 2009. Mas, a revista Veja edição 2293 preferiu ficar em apenas um lado.

Além desta falta de fontes, alguns dados são jogados para o leitor como extremamente negativos, porém sem uma fonte de comparação. Na página 95, por exemplo, um infográfico diz que “60% dos usuários têm dificuldades com lembranças, sobretudo as mais recentes”. Mas, quanto é esta porcentagem em ralação às pessoas que não fumam maconha?

A Veja também derruba os argumentos de quem fala que a cannabis é menos nociva à saúde do que o álcool e o tabaco, mas, falha em comparar a substância à drogas muito mais pesadas, como a cocaína e o crack. Uma das fontes da revista, o psiquiatra Valentim Gentil Filho, chega à afirmar que “se fosse para escolher uma única droga à ser banida, seria a maconha”.

Independente da linha editorial da revista sobre a descriminalização da maconha, a reportagem teve motivos de sobra para ser muito mal comentada nas redes sociais. A Veja deu uma aula completamente contrária das ensinadas nas salas de Jornalismo sobre imparcialidade e ouvir o máximo de lados possíveis.

Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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