sábado, 20 de abril de 2013

Crítica: Ron Wood - A autobiografia de um Rolling Stone


Titulo: Ron Wood
Subtítulo: A autobiografia de um Rolling Stone
Origem: Britânico
Assunto: Biografia
Páginas: 400
Preço: R$ 54.90
Formato: 16x23
ISBN: 978-85-63993-51-9
Acabamento: Brochura
Tiragem: 8.000
Edição: 1º




Desde que entrou nos Rolling Stones, Ron Wood nunca foi de dar solos. Nunca foi o mais falante nas entrevistas e sempre teve que conviver com o excesso de atenção que os seus companheiros de trabalho Mick Jagger e Keith Richards parecem necessitar para viver.

Ao mesmo passo, Ron Wood é o guitarrista da maior banda de rock no planeta! E só por esse fato, percebe-se que sua vida daria um bom livro. 

Em “Ron Wood: A autobiografia de um Rolling Stone” o guitarrista conta, desde sobre a sua infância com os ciganos da água, até o momento em que se tornou impossível sair de casa sem causar um tumulto por onde passa.

A máxima dos rockstar (sexo, drogas e rock´n roll) claramente se aplica ao estilo de vida de Wood. Embora cite passagens interessantes onde afirma ter passado 72 horas seguidas cheirando cocaína ao lado de Keith, ele atribui ao álcool o titulo de maior vilão de sua vida, responsável pelos maiores estragos em seu corpo, sua perda de memória e seu maior vício. Apesar de algumas pisadas no freio ocasionais, ele ainda não parou de beber. É claro.

O livro retrata, principalmente, a passagem de um garoto que teve uma infância muito pobre até se tornar um milionário cultuado. Em muitos momentos, nós percebemos que ele perde um pouco a noção, a ponto de quebrar quartos de hotéis, dar festas escandalosas semanais e gastar muito dinheiro com coisas esdrúxulas. 

Ele também percebe isso, e mostra consciência desses hábitos não saudáveis durante o livro inteiro.


Certo ponto do livro, ele comenta sobre o fato de sentir-se o tempo inteiro numa prisão de ouro. Ele está cercado de luxo e atenção, mas não consegue cruzar a rua sem que antes façam um complexo esquema de segurança (incluindo seguranças disfarçados e cordões humanos). Mais para o final do livro, este sentimento é transmitido com muita clareza, principalmente quando ele comenta sobre a “Big Bang Tour”.

No Brasil, por exemplo, foi necessário construírem uma passarela do hotel onde estavam até o palco em que iriam tocar, “se tentássemos atravessar pelo asfalto, só chegaríamos lá na quarta feira seguinte” comenta Wood em seu livro.

O Brasil, aliás, é um ponto interessante da autobiografia. O país tem um trechinho todo especial dedicado a ele, graças ao fato de que em Copacabana ocorreu o maior show dos Rolling Stones até então, com mais de um milhão de pessoas presentes. O evento é descrito no livro, por Wood, como um “momento de felicidade coletiva”.

Mais interessante do que isso, é acompanhar a visão engraçada que o guitarrista teve do país. Quando as pessoas começaram a chegar ao local do show, ele comenta sobre o fato de perceber inúmeros travestis entre as pessoas presentes e brinca com fato de que, após o show, havia tantos limões derivados das caipirinhas que o público tomou espalhados pela areia, que seria impossível ter restado algum outro limão na cidade.

Quase tão forte quanto à música, o livro retrata a paixão de Wood pela pintura. O livro é repleto de pinturas e desenhos feitos pelo próprio guitarrista e expõe o quão artístico ele é. Em diversos pontos, você entende Wood como um pintor que toca guitarra por hobby.

Dizem que toda história de vida daria um bom livro, basta ser contada da maneira certa. Se a minha história de vida, ou a sua, daria um bom livro, imagina a desse homem que viajou o mundo inteiro, conheceu algumas das pessoas mais importantes do planeta e tentou espremer, até a última gota, a força da sua juventude rebelde.
Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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