Planeta Hulk, animação de 2010 lançada diretamente para home vídeo é a adaptação do quadrinho homônimo de 2006 – e, especula-se, a base para um futuro longa metragem estrelado por Mark Ruffalo.
Na história, Hulk é considerado instável e perigoso demais, uma verdadeira ameaça para a Terra. Para tentar aplacar o problema, um grupo de super heróis encabeçado por Homem de Ferro chamado “Os Illuminati” resolve despachar o Golias Esmeralda para um outro planeta despovoado, onde não poderia fazer mal a ninguém.
Entretanto, o Hulk desperta durante a viagem e, descontrolado, acaba modificando a trajetória da nave. Cai, então, em Sakaar, um planeta árido de cultura beligerante, inspirado na Roma Antiga. O planeta é governado por um déspota e tem como maior atrativo – veja só! – a arena de gladiadores.
O escravo Hulk torna-se então um herói da Arena, ídolo das multidões, desafeto do regente e a esperança de todos na figura provável do herói da lenda que viria para modificar as coisas por lá. A trama parece velha conhecida? Não é de se estranhar. O roteiro de Planeta Hulk é familiar para qualquer um que já tenha visto alguns filmes, lido alguns quadrinhos ou até mesmo jogado uma partida que fosse de RPG.
Sobram clichês para todos os lados. Mas são clichês bons. O Hulk é uma personagem difícil de se criar histórias muito diversificadas, então a solução de jogar o Gigante Verde numa arena – afinal, Médico e Monstro à parte, o Hulk é uma personagem da violência – é uma idéia muito bem vinda.
É uma boa pedida da Marvel investir em animações – área na qual a concorrente DC já vem acertando há alguns anos. Apesar de Planeta Hulk não trazer nenhum deslumbre técnico, é uma boa animação, com surpreendente violência explícita. Geralmente os desenhos adaptados de revistas são bastante leves nesse quesito, mas não há como fazer uma história dessas sem uma boa dose de sangue. E ele jorra livre em Planeta Hulk: verde, rosa ou negro, porém. Nada de sangue vermelho pra não chocar a molecada.
Um ponto, apenas, que gera algum desconforto, é a própria postura do protagonista. O Hulk é exilado da Terra por ser um monstro descontrolado, mas a coesão vai logo embora. Quando chega ao outro planeta, grunhindo, rosnando e esmagando, ele logo se torna não apenas polido, mas também bastante articulado. O Hulk fala, discute, pondera e se controla. E sem manifestar o Dr. Bruce Banner. Faz tempo que o personagem se tornou um cavalheiro esmagador e eu que não estou sabendo?
Entre mortos e feridos, gladiadores, escravos e imperadores, Planeta Hulk surpreende e deixa vontade de ver nas telas a continuação da história, Hulk contra o mundo. Será que vem?
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