sábado, 12 de janeiro de 2013

Shame

Shame é um filme de 2011 do diretor inglês Steve McQueen. O plot é bem simples: Brandon (Michael Fassbender) é um executivo viciado em sexo que tem sua rotina transformada quando sua irmã Sissy lhe faz uma visita de alguns dias. Nada demais, não é? Mas a sensibilidade com que o diretor trata o assunto e o bom trabalho de Fassbender (um dos meus atores favoritos) transforma Shame num relato de sofrimento de um homem vazio.

Brandon parece sofrer de erotomania, um distúrbio psicológico que gera compulsão pelo ato sexual. Seu interesse pelo assunto é obsessivo, e ele toma papel central em sua vida, contudo não deixa que ele interfira em sua vida pessoal e profissional - bom, não muito pelo menos. A vida de aparências é quebrada com a chegada de sua irmã. Sissy é impulsiva, sentimental e inconsequente, exatamente o oposto do irmão, contido e frio.



O filme tem uma estética incomum nos dias de hoje. Sets monocromáticos, closes, cenas deliberadamente longas - muitas vezes sem cortes de câmera - ajudam a entrar no clima niilista do filme. Os diálogos parecem ter o mesmo objetivo; os primeiros nove minutos do filme quase não tem falas, e segue-se uma hora e meia de diálogos curtos e desencontrados, como se ninguem naquele mundo soubesse se relacionar. Shame é focado no aqui/agora; não há passado nem futuro, sua proposta é acompanhar a vida de um homem solitário durante um curto espaço de tempo, sem nos dar esperança de dias melhores. Portanto se você gosta de histórias com final feliz, esse filme não é para você.

As cenas de sexo podem chocar. O filme já começa mostrando o grande "talento" de Fassbender, mas não é a nudez que choca e sim o ritmo de vida desregrado a que está associada. Brandon quer satisfazer seu vício, não importa se sozinho, acompanhado de profissionais ou pessoas hetero ou homossexuais. Embora a causa de sua compulsão não seja explicitada, em dado momento o protagonista não consegue transar com sua parceira por sentir algo por ela - o que nos leva a crer que ele busca o distanciamento das emoções.

O filme termina com um acontecimento trágico (sem spoilers) que provoca uma catarse em Brandon, rendendo uma das cenas mais belas do filme (perdendo apenas para a sequência no metrô da introdução). O personagem se entrega ao pranto e ao desespero no meio de uma rua deserta, sob a chuva e o ar frio de Nova York. Shame não dá respostas, apenas encerra fazendo mais uma pergunta: é possível um homem mentalmente perturbado mudar por aqueles que ama?



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