quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Crítica: O Inescrito

(Crítica por Leandro Samora)

Tommy Taylor é um jovem bruxo, órfão de pais não mágicos. Junto com seus amigos Sue e Peter e sua gata alada Mingus, vive em mundo repleto de seres fantásticos e magia. Mas nem tudo é beleza; a tatuagem nas costas das mãos de Tommy Taylor dói e é por um motivo: o maligno, cinzento e careca Conde Ambrosio, está à espreita.
Tommy Taylor é um fenômeno cultural.
Os 13 livros da saga do bruxinho deram origem a uma franquia cinematográfica, jogos eletrônicos, revistas em quadrinhos e bilhões em produtos licenciados. O autor dos romances, Wilson Taylor, entretanto, desapareceu há mais de uma década e seu derradeiro legado para os fãs é seu próprio filho, Tom, a inspiração para o personagem fantástico.
Abandonado, sem acesso à fortuna do pai, sem qualquer talento especial e sem rumo na vida, Tom Taylor é agora um adulto e gasta seu tempo participando de convenções e eventos dedicados a seu duplo literário, repetindo as mesmas explicações de sempre e autografando livros que não escreveu. Sua vida segue nessa estagnação até que um dia alguém o acusa  de ser uma farsa. Assim, como nas melhores literaturas, a vida do rapaz toma rumos inesperados.
A descrição acima pega as primeiras páginas de O Inescrito, de Mike Carey e Peter Gross, encadernado trazido ao Brasil pelo selo Vertigo, e falar mais sobre a história pode estragar a experiência. A obra veio junto com outro encadernado, Sweet Tooth, um drama pós-apocalíptico bem fraquinho, para substituir as veteranas Ex-Machina Y – O último homem.
Apenas para efeito de comparação, a história criada por Mike Carey se situa em algum lugar próximo do excelente Fábulas, e a semelhança não passou despercebida pelo pessoal da Vertigo: não à toa o prefácio de O Inescrito é de Bill Willingham.  A arte da revista é bastante boa e competente, e na melhor tradição de Watchmen – outro marco da metalinguagem nas HQs – contribui com importantes detalhes para criar a ambientação.
E se as desventuras de Tom “Tommy” Taylor não forem suficientes para cativar, os leitores vorazes têm nas referências a livros e autores clássicos um atrativo a mais. Kipling, Mary Shelley, Oscar Wild, Marc Twain e Charles Dickens são alguns dos nomes a figurar, e todos têm papel fundamental na concepção da trama.
No fim das contas, O Inescrito é um desfile animado de referências e citações – como tudo hoje em dia parece ser. Entretanto, tudo isso está a serviço de uma história divertida e instigante. E se você, assim como eu, está com um orçamento apertado e gostaria de eleger uma revista para investir as suadas patacas, O Inescrito merece uma chance! 
Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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