sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Munique


Se existe um filme de Spielberg que realmente mereça minha atenção (na minha humilde opinião de merda) esse filme é Munique. Eu não gostava desse cara, não gostava dos blockbusters... mas algum programa da TV Cultura fez uma filmografia dele, e no meio de ET e Guerra dos Mundos estava um filme sério, denso e poético.

Durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, um grupo de terroristas palestinos do grupo Setembro Negro fez refém toda a equipe de atletas israelenses e matou onze deles. Israel respondeu imediatamente ao atentado e o Mossad fez uma mega operação para eliminar a liderança do Setembro Negro; assim começa a Operação Ira de Deus e o filme. Então aparece Avner (Eric Bana), agente do Mossad e filho de um herói de guerra israelense. Convocado a liderar um grupo de quatro agentes, ele parte para a Europa em busca de pistas sobre o paradeiro dos alvos.

A fotografia é belíssima e dá um ar poético ao filme. Os elementos de thriller também são fodásticos; a conspiração, os informantes, a espionagem, os tiroteios e explosões, a tensão ao se aproximar do alvo, tudo é muito bem calculado. Mas o que faz o filme não ser só mais um amontoado de cenas de explosão são os diálogos.

Por se passar em vários países, Munique tem diálogos em alemão, francês, italiano, árabe e “inglês com sotaque israelense” (porque ouvir hebraico o filme inteiro ia ser um saco). Alem disso, o filme toca várias vezes na questão dos palestinos, um povo expatriado com autorização da comunidade internacional.

Há uma cena, inclusive, em que Avner conversa com um palestino, sem revelar, é claro, que era israelense.

–– Me diga uma coisa, Alli. Você realmente sente falta das oliveiras do seu pai? Acha mesmo que tem que recuperar aquele monte de nada? Aquele pedaço de terra seca, é isso que quer para seus filhos?
–– Com toda certeza.(...) Você não sabe o que é não ter um lar, é por isso que vocês europeus não entendem, vocês dizem que isso não é nada mas têm uma casa para voltar. ETA, ANC, IRA, todos fingimos ligar para sua revolução internacional, mas não ligamos. Queremos ser nações. Ter uma pátria é tudo.

O final do filme eu não vou contar. Mas ele nos mostra que, infelizmente, o velho chavão é verdade; violência gera violência. Judeus e palestinos estão longe de uma convivência pacífica, e todo dia a guerra faz vítimas dos dois lados.


Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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3 COMENTÁRIOS

  1. (mandei antes mas não sei se havia ido)… Achei legal a forma como você abordou a isenção do filme Tainã. E ele realmente é assim, com sua atmosfera sombria e cinza dá a cada um a parcela de culpa que lhe cabe. E isso foi surpresa para mim, pois Spielberg, sendo judeu, já havia mostrado que preferia contar a história pelo seu lado em a Lista de Schindler. É um filme longo, com diálogos sensacionais eque proporciona bastante reflexão, diferente dos demais filmes do Steven...

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    1. tirou as palavras d aminha boca. Eu tinha esquecido de comentar isso: o filme não transforma os israelenses em heróis e mostra que todos lutam pelo que acham correto.

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:) :-) :)) =)) :( :-( :(( :d :-d @-) :p :o :>) (o) [-( :-? (p) :-s (m) 8-) :-t :-b b-( :-# =p~ :-$ (b) (f) x-) (k) (h) (c) cheer

 
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