quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Capitão América - O Primeiro Vingador

Capitão América é um filme de 2011, o último da Marvel Studios preparando seu público para a super-produção Os Vingadores, de 2012. Nele, o diretor Joe Johnston - o mesmo de Jumanji e Rocketeer -, junto dos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, assume a missão de transformar uma história em quadrinhos dos anos 1940 num filme palatável para o público moderno. Diga-se de passagem, todos os seus antecessores fracassaram.

"Mas o Capitão América só funciona no contexto da Segunda Guerra Mundial", você pode dizer. Sim, meu caro, é verdade, e o melhor é que dessa vez os roteiristas entenderam isso. Se é pra apresentar o personagem, por que não apresentá-lo no contexto em que ele nasceu? E esse é o grande trunfo do filme; a ambientação. 

O filme se passa no início dos anos 1940, inicialmente em Nova York, e nos mostra como era viver nos Estados Unidos naquela época. Alistamentos em várias cidades, soldados em toda parte, curtas sobre a guerra antes do filme começar, créditos do Exército, o filme mostra muito bem o contexto histórico da guerra. Outro ponto em que a ambientação acertou em cheio foi o figurino, bem como em todo o visual de época, carros, ruas, costumes, etc. Principalmente no visual pin-up do interesse romântico do protagonista, a agente Peggy Carter (ô mulher bonita, puta que pariu).


A construção do protagonista é ótima, sem dúvida a melhor dos filmes recentes da Marvel. Steve Rogers é um jovem órfão, franzino e sem jeito com mulheres que decide se alistar no Exército para dar sentido à própria vida. Depois de ser rejeitado várias vezes, o Dr. Erskine o alista no Projeto Super Soldado, não por ser um bom soldado, mas pelo caráter de Rogers. As dificuldades da vida o transformaram num sujeito determinado, honrado e altruísta, as principais características de um herói.

"O homem forte, que sempre conheceu o poder, perde o respeito por ele. Mas o homem fraco sabe o valor da força"_ Dr Abraham Erskine 

E a construção do Capitão América não deixa nada a desejar. Adotando um caráter mais naturalista, o filme não mostra simplesmente um garoto magro que toma uma injeção e fica forte, se fantasia de bandeira americana e sai batendo em nazistas por aí. O Capitão América é uma figura pública, o garoto-propaganda do Exército Americano, não um soldado - uma alternativa para fugir do nacionalismo ufanista numa época em que os Estados Unidos não são o país mais querido do mundo. No entanto, quando a necessidade surge, Steve usa suas habilidades de supersoldado e vira um "soldado-propaganda". Enquanto isso o filme ainda desenvolve um romance conturbado entre Rogers e Peggy Carter; ele, um jovem tímido e sem iniciativa, e ela uma mulher decidida. É muito legal apreciar esse romance natural e desengonçado; eles passam o filme inteiro sem saber o que dizer um ao outro, e o real sentido de sua despedida não está expresso em palavras.

Por outro lado, os antagonistas deixam um pouco a desejar. O Caveira Vermelha, interpretado por Hugo Weaving (sim, o Agente Smith de Matrix) impõe medo e respeito por sua história e seu visual - e não estou me referindo à característica física que dá nome ao vilão, e sim ao vestuário negro dos pés à cabeça. Alem disso ele é um nazista, o que geralmente já transforma quaquer um num vilão foda. Mas ele não aparenta ser uma ameaça ao Capitão América, que frustra seus planos sem grandes dificuldades, e quando os dois se encontram no que era para ser o clímax do filme, resolvem tudo numa briga de adolescentes que não dura cinco minutos. #XATIADO. Alem disso a Hidra, uma divisão do Exército Alemão voltada para pesquisa científica, passa pelo mesmo processo; parece ser uma grande ameaça no início do filme, com espiões e soldados cegamente devotos à causa, mas no decorrer do filme viram capangas genéricos e fornecedores de tecnologia militar para os Bastardos Inglórios do Capitão Rogers. 


Outro ponto positivo: o uniforme. Embora ainda estilizado, ele parece muito mais funcional que o dos quadrinhos, assim como o escudo. Resumindo: adotando um ar mais realista, mas sem ser adulto e denso (eu adoro a Trilogia Batman, mas ela não tem que fazer escola), o filme conta uma história interessante e mostra que os roteiristas entenderam a essência do personagem, e que boas histórias precisam sr contadas com calma. 

Mas, como nada é perfeito, tenho algumas críticas ao filme. O que o Coronel Phillips estava fazendo na linha de frente, com um rifle na mão, quando invadiram a fábrica da Hidra? Depois de vinte anos de carreira ele não aprendeu que Oficiais do Estado Maior não devem entrar em combate?  E por que os militares chamam Steve de Capitão? É só um apelido, ele fez um curso por correspondência em West Point ou ele conseguiu a patente na famosa promoção-pernada? Bem, não importa, são detalhes insignificantes perante os acertos do filme. Misturando aventura, ficção científica, drama, guerra e romance, Capitão América - O Primeiro Vingador mostra que qualquer história pode ser adaptada ao cinema, bastando para isso profissionais competentes.



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