domingo, 8 de julho de 2012

9 de Julho — O Que É?


Pois é, se aproxima mais um feriado. Você está feliz da vida que vai poder enfiar o pé na jaca de sexta a domingo e voltar ao trabalho só na terça-feira. Mas você sabe por que 9 de julho é feriado?


Recebi essa imagem no Facebook e me dei conta de que não sabia do que se tratava esta data. Eu sabia apenas o “nome” do feriado — Revolução Constitucionalista de 1932 — e as pessoas que questionei nem isso sabiam. Então me senti no dever cívico e patriota de descobrir o que era a famigerada Revolução de 1932.


Da República Velha à Era Vargas

Na década de 1920 o Brasil se encontrava numa República Oligárquica, também conhecida como Política do café-com-leite. Era basicamente o mesmo que hoje, um governo federal liderado por um presidente e governos estaduais, dos governadores — que na época tinham um poder muito maior. Mas com um grande diferencial; o posto de presidente do Brasil era revesado por paulistas e mineiros. Isso se deu por São Paulo e Minas Gerais serem os estados mais ricos do país e as oligarquias produtoras de café (São Paulo) e leite (Minas Gerais) terem conseguido muita influência política (lembrando que quem votava no Brasil naquela época eram basicamente os ricos).
O problema foi que, em 1930, o então presidente e paulista Washington Luís decidiu apoiar Júlio Prestes, outro paulista, como seu sucessor. Os políticos mineiros se sentiram traídos e lançaram Getúlio Vargas como candidato. Quando Prestes ganhou a eleição, Getúlio e seus aliados o acusaram de fraude e, antes que tomasse posse, deram um golpe de Estado e depuseram Washington Luís. Tinha início a Era Vargas.

O Governo Provisório

Vargas na verdade não foi eleito presidente; ele foi eleito Chefe do Governo Provisório, um governo que prometia ser a transição entre uma Constituição e outra. Mas, por acaso, a Nova Constituição do Brasil estava demorando a sair, e enquanto isso Vargas baixava decretos absurdos, como a dissolução das câmaras municipais e do Congresso Nacional, e a imunidade dos agentes do Governo a qualquer lei estadual. Do dia para a noite, o Governo Federal que pouco interferia nos estados passou a ter um poder enorme sobre eles, aprovando e cancelando leis a seu bel prazer. A insatisfação no país foi crescendo, principalmente em São Paulo, outrora influente na política nacional. Até que chegou 1932.






A Revolução Constitucionalista

Em 1932 os partidos políticos e movimentos estudantis de São Paulo organizaram vários comícios contra a ditadura de Getúlio Vargas. O ápice do movimento foi em 23 de maio, quando a multidão se dirigiu para a Praça da República e tentou invadir o prédio do Partido Popular Paulista (ocupado pelos federais). Na confusão morreram quatro jovens: Euclides Miragaia, Mário Martins, Dráusio Souza e Antônio Camargo. Esses jovens hoje são mártires da Revolução, e inspiraram a criação do MMDC, um movimento armado que instigou a Revolução.
Até que no dia 9 de Julho de 1932, São Paulo declarou guerra ao Governo Federal, exigindo, principalmente, uma nova Constituição. Alem do MMDC, aderiram à Revolução os partidos políticos, o Exército e a Polícia Militar do estado de São Paulo. Foi uma mobilização popular como nunca se viu; o Exército recebeu 20.000 voluntários, as fábricas se engajaram no esforço de guerra, até as mulheres, que na época não trabalhavam, foram empregadas para confeccionar uniformes.




 A Guerra
Getúlio era um político habilidoso; através da propaganda no rádio e jornais, convenceu o país de que São Paulo tinha iniciado um movimento separatista. Investindo pesado na demonização dos inimigos — estratégia típica dos ditadores — conseguiu o apoio integral do Exército do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, alem de um grande contingente de voluntários do Nordeste. São Paulo, se vendo cercado, recebeu apenas um pequeno contingente do Mato Grosso. A superioridade de Getúlio era visível: mesmo sem o apoio de todo o Exército e Marinha, as tropas federais totalizavam 100.000 homens contra 30.000 paulistas e mato-grossenses — alem da farta munição, navios e aviões de guerra.
Os paulistas conseguiram manter suas fronteiras até o dia 12 de setembro, quando tropas federais conquistaram a fronteira de Minas e São Paulo, chegando à capital no dia 2 de outubro.

A Vitória

Embora tenham sido derrotados no campo militar, os paulistas venceram no campo político. Em 1933 foi instituída uma nova Assembleia Constituinte, e em 1934 uma nova Constituição, garantindo ao povo brasileiro o direito ao voto e à democracia, e também a Justiça Federal, para fiscalizar as eleições. As câmaras municipais foram reabertas e as mulheres ganharam o direito ao voto.

Infelizmente esse episódio, tão importante e simbólico para a história do Brasil, não é ensinado nas escolas. Acabamos crescendo com a ideia de que o brasileiro é um povo frouxo, que só liga pra futebol e carnaval. Eu acredito que o que nos falta é incentivo, é orgulho da nossa história e da nossa coragem. Se você também acredita nisso, divulgue esse post, mostre que nós temos sim uma história de lutas e vitórias.

Nesse feriado de 9 de Julho, lembre-se dos heróis de 1932; os paulistas que lutaram pelo Brasil.













Quem compartilhar vai ganhar um fantástico abraço!!!
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