Hoje estreia a sessão de recomendações da coluna No Meu Fone de Ouvido. Nosso intuito é apresentar aos leitores do blog artistas e bandas pouco conhecidos do público brasileiro. E para a estreia, escolhi uma banda que descobri há pouco tempo, mas que já estou completamente apaixonado: Anathema.
Em 1995, pouco antes da gravação do segundo disco, o vocalista Darren White deixou a banda, e Vincent Cavanagh assumiu os vocais. A mudança não foi apenas na formação da banda, mas também no estilo de música. O segundo disco, The Silent Enigma, marca o início da passagem do Anathema para a fase progressiva. Embora ainda com elementos de doom metal, como o ritmo mais lento e guitarras distorcidas, a banda começa a dar sinais de uma sonoridade mais leve e melancólica. Desse disco vem o single The Silent Enigma, primeiro videoclipe da banda.
Em 1996 sai o álbum Eternity. O disco é muito importante, tanto para a história da banda quanto para o metal. É considerado o predecessor do gênero gothic metal por conta da atmosfera etérea - a começar pela capa, um anjo de mármore em meio às estrelas -, dos vocais femininos, violinos e teclados, e tambem marca o abandono definitivo do Anathema ao doom metal.
Em 1997 eles lançam Alternative 4, uma das maiores contribuições de Duncan Patterson para a banda. O disco é um pouco mais pesado que o anterior, trocando o lirismo pelo niilismo e melancolia. Em algumas faixas Vincent Cavanagh troca sua voz suave por gritos raivosos (em especial na faixa Empty) ao tratar de temas obscuros, como o vazio interior, a morte e a tristeza.
Em 1999 sai o album Judgement. O primeiro disco sem Duncan Patterson, é considerado por muitos o melhor da banda. Aqui, o Anathema parece ter finalmente encontrado o equilíbrio entre uma sonoridade mais melancólica e acústica e uma mais agressiva e distorcida que estavam em conflito desde The Silent Enigma. Tem músicas formidáveis, como Deep, One Last Goodbye e minha favorita, Forgotten Hopes.
Em 2001, a banda lança A Fine Day To Exit (recomendo a faixa-título) com dois novos integrantes, Lee Douglas (vocal feminino), irmã do baterista John Douglas, Les Smith (teclado) e com Jamie Cavanagh de volta ao baixo. O disco segue mostrando a tendência progressiva e experimentalista da banda, que viria a tona em A Natural Disaster, de 2003. O disco parece uma homenagem a tudo que a banda já havia produzido, unindo teclado progressivo, orquestra, músicas melancólicas e agitadas (Pulled Under at 2000 Meters a Second, que bem poderia estar em Eternity) e até um toque de blues na faixa título, interpretada por Lee Douglas. Destaque para Are You There?, minha faixa favorita.
Em 2006 a banda lançou o DVD ao vivo A Moment in Time, uma releitura da carreira até então, e em 2008 lançou a compilação Hindsight com versões acústicas de suas músicas. Sem dúvida um de meus álbuns favoritos, que quase me convenceu de que o Anathema nem deveria ser uma banda de rock. Destaque para One Last Goodbye e Angelica versões unplugged.
Em 2010 a banda lança seu oitavo álbum. We're Here Because We're Here carregava o fardo de 7 anos do Anathema sem material inédito e não agradou a todos, mas mostrou um novo direcionamento da banda, cada vez mais progressiva e orquestrada. Os destaques do álbum são Dreaming Light (que ganhou um videoclipe) e Angels Walk Among Us, com participação de Ville Valo, vocalista da banda HIM. No ano seguinte sai a compilação Falling Deeper repetindo a proposta de Hindsight; versões acústicas para clássicos da banda. Dessa vez as faixas escolhidas são do Serenades e do EP Crestfallen (a fase doom metal da banda) que ganharam versões de orquestra.
Em 2012 o Anathema lança um trabalho considerado por muitos fãs o melhor de sua carreira, o que indica que a banda está no ápice de sua produção artística: Weather Systems. O disco mais leve da banda até agora, investe em linhas de teclado e violão e guia o ouvinte por um universo rico em sonoridades e emoções. Destaque para as músicas Lightning Song - minha favorita, guiada pela voz angelical da vocalista Lee Douglas -, The Storm Before The Calm e The Beggining And The End. Fiz uma resenha do álbum no site Geekses, recomendo para maior compreensão do trabalho.
Assim se encerra a apresentação desse incrível grupo inglês. Alem de sua história e músicas, lhe apresento tambem uma nova visão de mundo, um novo horizonte a ser contemplado.
0 COMENTÁRIOS