Em 1990 o Iraque invadiu
seu vizinho, o Kuwait, numa disputa pelas reservas de petróleo do Golfo
Pérsico. Imediatamente uma coalizão de países ocidentais, liderados pelos
Estados Unidos, interveio no conflito para expulsar os iraquianos; era o início
da Guerra do Golfo. Mas no meio desse conflito que entrou para a história pela
cobertura ao vivo da TV, pelos ataques aéreos e bombas de precisão cirúrgica
(que lhe renderam o apelido de Guerra de
Video Game) estavam soldados de carne e osso, em terra, ávidos por defender o seu país. E esse é o plano de fundo de Soldado Anônimo.
O filme é uma adaptação do romance Jarhead, uma autobiografia do soldado Anthony Swofford sobre sua participação na Guerra do Golfo, mas ao contrário do que se espera de um filme de guerra, Soldado Anônimo é divertido!
O filme conta a historia de Swoff (Jake Gyllenhaal), um
jovem marrento e irônico, o típico jogador de futebol americano dos filmes
colegiais. O treinamento dos marines lhe mostra um pouco da loucura da guerra,
mas quando ele é mandado ao Oriente Médio seu pelotão não entra em combate (o
primeiro conflito acontece depois de uma hora de filme, mas isso nem chega a
ser ruim) e é aí que o filme mostra seu diferencial; um bando de garotos de 19 anos não tem maturidade pra se comportar
daquela forma sóbria e heróica que vemos nos filmes. Eles mostram os
trotes, as festas, e até a zuação com os oficiais (a cena que eles constrangem
o sargento Sykes é demais).
Mas nem tudo são flores. Com o passar do tempo os
garotos se tornam homens e entendem que a guerra cobra seu preço. A saudade de
casa, a paranóia da traição e, por fim, a sensação de voltar para casa e se
sentir deslocado na sociedade são temas bem abordados ao longo do filme.
Soldado Anônimo me surpreendeu, é uma obra que mistura comédia, ação, drama e
crítica social numa história simples e leve. Não é um clássico do cinema
(embora faça referência a dois, Nascido Para Matar e Apocalypse Now), mas com
certeza merece ser visto por todos, e não só pelos amantes do gênero.
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